Vórtice

Gemido, rio incontido
Sede de chuva repentina
Obstinada fúria, à nossa revelia
Sóbria como o próprio cortejo
Ansiosa por morder qualquer desejo
Carícias de tacto transparente
Ao sabor de uma súbita corrente
No leito da noite rubra
Arde a volúpia acerada da pele nua
Derrama-se o liquido
O corpo é infinito
Voz opiada
Alma copulada
Sucumbem os corpos em vagas
Adormeço sobre espelhos d' água