domingo, dezembro 09, 2007

Interstícios














Ardem-me os olhos, rosáceas abertas
Que sustentam molduras que cercam o sentido
De estar presente a face que nos olha
Uma minúcia clara, na polpa que se adoça
E que em minha fronte pousa e se adelgaça
Escuto a sede dos estreitos
Álgidos como faúlhas em meus dedos
Sorvo de um trago a sombra da imagem
Onde minhas mãos pousam como pássaros
Inspiro uma chama de ouvido
Diluo-me em paisagens de corpo esculpido