domingo, junho 13, 2010

Arpeggio















Oram os arcanos que habitam a paisagem de dentro.
Mais que um cio de estação
um afrodisíaco desejo de tactear a flora que me aflora,
senti-la soluçar em fervida espadana.
Carnívora bromélia de luxúria da boca que silencia
a polpa da púrpura do sangue que me incendeia.
A quimica das línguas.
Entre lábios o gosto das frutas maduras perfumando a íris do hálito.
Deixar que as asas de ave que me ofertam as pontas dos dedos
me adentrem a nudez imperiosa e quente
e a pelúcia das mãos tinjam de vermelho
o delubro do corpo que se faz vinho madurado.
Tocam-se as margens da verbe que vibra em suaves arpejos.
Alçada vertigem que insurge latejante .
Húmida feito húmus deixo que pernoite em meu lençol de prata
e fecunde os corpos abertos em árvore
enigmas que almejam ser decifrados

4 Comments:

Blogger vieira calado said...

Bem interessante,

este poema!

Saudações poéticas

16 junho, 2010 00:38  
Blogger Misantrofiado said...

Eis o regresso e... que regresso!

Acho que se me coraram os olhos, perante este teu lirismo poético tão explicito como jamais outrora experimentara.




Impressionante é intuir a serenidade com que terás escrito este episódio ocorrido no tabernáculo dos teus sentidos.
Principalmente porque me proporcionaste sentir odores, sabores e temperaturas que... a dada altura já não sabia identificar como meus... teus? De ambos?





Saúdo-te, neste regresso há muito ansiado.
;)

16 junho, 2010 10:56  
Anonymous Anónimo said...

sinceramente adoro a escrita..


bj

23 junho, 2010 17:35  
Anonymous Anónimo said...

Vim reler-te.
E queimei-me nas chamas intensas de um reinício dos teus sentires. Que se entrelaçam.
Beijos.
z.

01 julho, 2010 10:23  

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