terça-feira, setembro 09, 2008

Corpografia


















Sei de um tratado em papiro
Guardado no berço luzente do peito
Teço meus rios
Paralelos com outros rios
São instantes maduros de nascente
Exalados na brisa, no pêndulo do vento
Aceso olfacto nas pontas dos dedos
Concebidos em gestos, mãos silentes
Não sei se é linguagem
Essa valsa de hemácias
Cuja boca penetra a voz
E me acaricia com seus lábios de vinho
Arqueia-se o sol, ícone em rubro
A morte sobe pelos dedos
Desfaz-se em embriaguez
Tornando mais fogo a sede de dilúvio