Arrebol
Ventos supernos nos ombros do tempo
Um salmo prelúdio se agita
Escuto o murmúrio virente do desfolhar das grinaldas
Tranço folhas na boca da fonte
Santelmo aceso em maviosos flancos
Queimam-se incensos no clarão dos círios
Nas ciliciadas carnes, rútilo sacrário
pomos sazonados de carmim vivo emergem
A flor o cálice inclina
Turíbulo de prata que a sede abrasa
Profundo anelo no esflorecer das vinhas, volatas
Luxúria aveludada num torpor de coma
Uma flor ceifada em vasos de água