Outonal
Como um zéfiro na madrugada
Que passa lento na hora transviada
Dríade diáfana no adejar de asas
A céu aberto expõe meu lado de dentro
Junto às aras do clarão dos círios
E como que ouvindo a música dolente
Destece a chuva e seus cabelos de frio
E colhe o lírio da inocência perdida
Bocas de rio afagam o gozo da terra em cio
Prendem-me em tranças a meia lua
Enrolam-me em neblinas semi nua
Diluo meu corpo em meio do murtal virente
Gotas de orvalho sob o mistral da finitude
Pousam no sideral da incomplenitude
22 Comments:
Vejo que gostas mesmo de morar entre o prazer das tuas palavras...
Este poema, tanto como o sentimento que espelha, é dotado de uma linguagem, muito trabalhada, muito acima da média, que o afasta da mediania dos poemas do genero.
Acima de tudo é um Hino ao Português minha cara amiga.
Uma espécie de amor eivado de cio.
Tremendo no sentimento e mostrando uma ponta de sensualidade.
Bjos daqui
Eugénio
Sabes escolher as palavras. Sabes domá-las!
Constróis poemas de uma rara beleza.
Adorei!
Beijo grande.
É um prazer delicioso - ficar perdida sob as mágicas palavras na [IN]finitude do{s} sentir[es]
Beijinhos com carinho
De onde saiu este poema do corpo ou da alma? É trabalho do pensamento ou resultado do sentimento ?
Beijo ...volto já.
Sempre que leio,imagino algo diferente,é assim que as tuas palavras me deixam,ntre imagens...
Escreves bem, muito bem.
O teu estado de espírito a escrever deve ser idêntico ao meu.
Só que eu não te chego aos calcanhares.
Um beijo.
lindo poema gostei muito...vou voltar mais vezes:)
bjo pensador
"O céu aberto expõe meu lado de dentro..."!
Uma imagem plena de abertura!
Beijo.
O gozo trespassa-te nas palavras... ouço o declamar rítmico e entoado com a força do riso e a amargura no semblante.
Um beijo
Daniel
fabulas as tuas letras. pare-me que passamos por um processo idêntio no acto de criar basicamente porque as palavras também se amam.
Beijo
linguagem epícura a que tece os contornos deste gozo nada estóico!
pelo sabor da seda cumpro o desiderato da felicidade.
"Dríade diáfana no adejar de asas"... hum... ou "Bocas de rio afagam o gozo da terra em cio"... são chamas de anil a tocarem-me o céu da boca.
Hum...
Posso apenas dizer que foi um gozo, um prazer, ler cada palavra, uma a seguir a outra e desejar que não acabassem.
bjs
Tiago
"E como que ouvindo a música dolente
Destece a chuva e seus cabelos de frio
E colhe o lírio da inocência perdida"
Apenas estes três versos já fariam um poema Outonal e sublime. Escreves da mesma forma que o céu desenha nuvens nestes fins de dia de Novembro.
Parabéns, vou-te adicionar à minha lista...
Adorei este blog. lindo. bjs
Belo poema...com frases e palavras bem estruturadas e escolhidas....
Gostei e voltarei
Beijo suave___Maresi@
Fica uma flor de aroma a....Jasmim - gostas?:)
Um:))
Beijinhos com carinho
BomFsemana
Na lua admirando o corpo solar que deveste pelo campo de sol que brilha sob a estrela cadente ao encontro de gotas de chuva ao cair da noite.
Abraço,
Marco António
Gostava de te olhar enquanto proferias o poema, por vezes as palavras desviam a atenção da verdadeira mensagem.
Devassus
Os teus poemas são excelentes.
Há um misto de força, de amor e desejo na palavra elaborada com o brilho de uma teia.
Isto é amar palavras.
Um bjo e uma boa semana
Palvras fortes e sensuais. Um poema muito bem escrito. É um prazer conhecer o teu espaço. **
belas palavras minha cara, se me permite adorei o link com a música, se puder gostaria de saber como fazer.
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