terça-feira, outubro 17, 2006

Pontus equilibrium



















Floresço no meu olho tua lágrima
Murmuro nos meus lábios tua boca
Encosto na minha alma tua fome
Chego à minha mão tua porta

Qual cego, sigo e tacteio
Um corpo-texto que exala ardor e anseio
Um sexo extático
Ou um nexo avesso

Textura de mim (pele e cheiro)
Nas linhas em que me disperso e verso
Adormece o mistério em que me enleio

16 Comments:

Blogger Embryotic SouL said...

No infinito reverberá ecos...nos ventos se propagarão...trazendo consigo sons...sons de agradecimento a alguém...pois no meu canto encontrei uma surpresa.........uma maravilhosa visita.

Uma palavra para definir o teu canto...sublime.
Outra para as tuas palavras...encanatadoras.

Um sopro sentido

17 outubro, 2006 15:18  
Blogger Pierrot said...

Espectacular.
Sinto-o perfeito nas "virgulas", nas "palavras", na forma e acima de tudo no sentimento de desejo.
Muitos parabéns por mais esta obra prima.
E olha que a leitura não é fácil, mas depois de entrarmos nele, ficamos como que deslumbrados...
Bjos daqui
Eugénio

17 outubro, 2006 17:28  
Blogger Angela said...

As tuas "metáforas tocadas por um fio de água" são sublimes.

Foi muito bom ter descoberto este teu cantinho repleto de encantadoras linhas onde te dispersas e versas.

Quem me dera saber escrever assim!

Beijinhos.

18 outubro, 2006 14:40  
Blogger Zé Miguel Gomes said...

Gostei muito deste poema... :) Parabéns!

Fica bem,
Miguel

18 outubro, 2006 16:38  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Mnemosyne

Como tudo pode ser
audível
no silêncio
...
sobre o movimento da água
que corre
e
escorre
nas bocas
que se procuram...

Beijinhos

18 outubro, 2006 17:31  
Blogger vf said...

Vive adormecido esse mistério no tempo que encosta a vida na pele do outro lado do espelho que atravessa a alma ardente de sede de uma pausa intensa.

Abraço,
Marco António

18 outubro, 2006 21:00  
Blogger Unknown said...

Sabes que fiquei a reler... a reler a primeira quadra do teu soneto... e deixei-me enlear nesse mistério adormecido.

19 outubro, 2006 00:00  
Anonymous Anónimo said...

Excelente esta sala de sonhos!
Texto, som e imagem muito refinados...delicioso. :)

19 outubro, 2006 09:59  
Blogger Joaquim Amândio Santos said...

e como um dia escrevi:

"
tremo,
como tremo,
firme na delícia do teu tremer!
"

19 outubro, 2006 14:29  
Blogger Vanda said...

Depois do Frog ter dito tudo, só me repetiria :)


Gostei de te ler, palavra a palavra, virgula a virgula...

beijo, bom fim de semana :)


Van

20 outubro, 2006 11:42  
Blogger Nilson Barcelli said...

É talvez o teu melhor poema. É de uma qualidade invulgar e é delicioso de ler.
Parabéns.
Bom fim-de-semana.
Beijos.

20 outubro, 2006 15:32  
Blogger vf said...

Tocando as palavras em forma de essência na sua abstracção que elevam os sentidos por devaneios que não cessam de arder.

Marco António

21 outubro, 2006 00:56  
Anonymous Anónimo said...

Bela a poesia... gosto de passar aqui... deixo um abraço...

21 outubro, 2006 01:04  
Blogger o alquimista said...

As deusas tocam-se apenas com o pensamento...mas, és uma deusa tão real...


Doce beijo

22 outubro, 2006 09:24  
Blogger Bruno Mann said...

Excelente blog, vou voltar.

beijinhos

22 outubro, 2006 19:49  
Blogger Misantrofiado said...

O requinte poético à casa voltou... que fique.
Através do plano lírico conferes movimento a um momento estático.
Só alcansável por dignos.

23 outubro, 2006 02:05  

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