quinta-feira, novembro 02, 2006

Incandescentia












Quando a noite cai e o vento sopra
A pele em poesia desabrocha
Mergulha lenta em desvarios
Delineia no corpo versos de arrepios

E se o vento sopra sussurrante
A pele ansiosa espera suplicante
O toque redutor da carícia felina
Que inebria o corpo da poesia

Um fogo serpenteia faminto
A boca humedece a voz num grito
A pele se rende à volúpia fluindo

E como um vulcão pedindo vazão
Lânguida geme e a lava derrama
Sangrando a brancura da inspiração


17 Comments:

Blogger o alquimista said...

Esta lava incandescente derramada em teu peito faz de ti um ser diferente...ler-te é como banhar-me nu num ribeiro de cristalinas águas...


Doce beijo

02 novembro, 2006 17:04  
Blogger Pierrot said...

Mnemosyne:

Tu escreves como se estivesses num pranto.
Algo triste e quase sussurrante.
É uma brisa, um ligeiro odor e depois de te ler, fico como Camões, a ver um fogo que arde sem se ver, como uma chaga que fere sem doer.
Lindo poema... romântico como só tu sabes.
Será que poderias escrever algo que eu pudesse postar no meu cantinho? Ou é ousadia da minha parte?
Pensa nisso pois seria uma "honra" para mim.
Bjos daqui e muitos parabéns
Eugénio

02 novembro, 2006 18:16  
Blogger Angela said...

Simplesmente maravilhoso! O teu soneto é uma delícia! As tuas imagens são fantásticas! Fiquei presa em cada palavra tua!

É assim que eu gostaria de saber escrever!

Adorei!

Beijo grande.

02 novembro, 2006 19:47  
Blogger vf said...

Levando o corpo pelo rio de lava
Entre a poesia e o corpo em delito
Na carícia de uma pele que a suar
Em metamorfose de gritos de paixão
De fluídos carmins a derreterem
Como gelo em fogo de mares em amar.

Um poema na fronteira do fogo e do gelo que derrete ao sabor de um tempo no mais profundo do Ser.

Um abraço,
Marco António

03 novembro, 2006 00:12  
Blogger Zé Miguel Gomes said...

Hum... Belo, calmo...

Fica bem,
Miguel

03 novembro, 2006 16:17  
Blogger Escuta o teu mundo... said...

Muita sensualidade aliada a muita inspiração.
Obrigada pela visita, espero que voltes mais vezes. :)
Bj

03 novembro, 2006 20:41  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida M...
Obrigado pela visita. Soneto sensual em moldes não tradicionais, mas com a beleza que nos toca.
Um beijo
Daniel

03 novembro, 2006 21:44  
Anonymous Anónimo said...

Cheguei aqui por acaso e demorei a leitura. "A pele em poesia desabrocha", gostei muito desta imagem de palavras.
Gostei muito mesmo.

Bj
Gui

04 novembro, 2006 11:23  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Está lindo - arrasadoramente poético.

"O toque redutor da carícia felina
Que inebria o corpo da poesia"

Beijinhos
BomFsemana

04 novembro, 2006 17:53  
Blogger Misantrofiado said...

Hummm... poesia e melodia. Acabo sempre por misturar... sem saber já se é poesia sob a melodia, se a melodia é a ondulação da tua poesia!

05 novembro, 2006 01:21  
Blogger Embryotic SouL said...

A fluidez da poesia corre na pele...no sabor a envolvência dos sentires...em palavras em rimas...em melodias em poesia...em tua alma sintonia se faz sentir...

Um bj sentido

06 novembro, 2006 21:39  
Blogger Unknown said...

Quando a noite caía... uma palavra mudou o curso do rio...

07 novembro, 2006 10:26  
Blogger Teresa Durães said...

olá

vim conhecer o blog
muito sensual:)

boa noite!

07 novembro, 2006 19:19  
Blogger TG said...

rebentar, impludir, derramar veios de calcite em basalto preto, pedra vitrea ao arrefecer depois da emoção.

bjs
Tiago

07 novembro, 2006 22:27  
Anonymous Anónimo said...

Olá... muito bom... um abraço...

08 novembro, 2006 01:02  
Blogger o alquimista said...

Padssei para te deixar um carinho

08 novembro, 2006 10:56  
Blogger inBluesY said...

este é lindissímo. parabéns

28 novembro, 2006 21:39  

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