Extravio de noites
No sono branco da neblina
Em silêncio rasgo o útero da madrugada
O pensamento como um ferro em brasa
Flameja debruado em bruma viva
Bordo flores nos canteiros da volúpia
Cheiros mornos de seiva que transpira
Escorrem líquidos como asas famintas
Exploram passagens adormecidas
Bocas diluídas na luxúria de suas afluências
Vorazes aumentam sua cadência
Polpas de dedos em veludo esculpidas
Desvario, esmero de ânsias enlouquecidas
A fome da língua por fim saciada
A lonjura apeada na pele nua e já fria
A sede do desejo não míngua
Apenas suspira e fica adiada
Em silêncio rasgo o útero da madrugada
O pensamento como um ferro em brasa
Flameja debruado em bruma viva
Bordo flores nos canteiros da volúpia
Cheiros mornos de seiva que transpira
Escorrem líquidos como asas famintas
Exploram passagens adormecidas
Bocas diluídas na luxúria de suas afluências
Vorazes aumentam sua cadência
Polpas de dedos em veludo esculpidas
Desvario, esmero de ânsias enlouquecidas
A fome da língua por fim saciada
A lonjura apeada na pele nua e já fria
A sede do desejo não míngua
Apenas suspira e fica adiada
11 Comments:
Extravias muito bem as tuas noites... isto é, sabes descrever numa linguagem muito poética sensações relativamente difíceis de explorar na palavra.
Gostei de te ler, mais uma vez.
Um beijo.
Bem...
Espectacular.
Ora aí está uma poetisa que também dança com as palavras...
É como que um descrever de sensações, e que ao lermos vamos sentido, uma por uma.
Parabéns pelo poema tão bem rasgado.
Bjos daqui
Eugénio
noites extraviadas...lindo isso, lindo o poema...obrigado por me mostrares que existes...
Bonita imagem do desejo, que caprichosamente impõe a sua hora de chegada e de partida...:)
Vou-te linkar.
Mas escreve mais, sim? Quero continuar a ler-te.
Boa semana para ti.
Um beijo.
Ola
espero que este blog não tenha ficado por aqui.
Os textos estão fantásticos.
AS fotografias então nem se fala. Quem as tirou ?
gostei de ler.te
jocas maradas de noites
Belíssimo poema. Estou mais que impressionado, estou sendo invadido por um sentimento de beleza que só as palavras na poesia transmite.
"No sono da neblina
Em silêncio rasgo o útero da madrugada
O pensamento, como ferro em brasa
Flameja debruado em bruma viva".
Belíssimo, fico sem palavras. Se me o permite, vou "linkar" sua poesia na minha.
Um abraço e obrigado pela sua grata visita.
:)
O templo está preparado... e agora?
Hum... Belo poema...
FIca bem,
Miguel
Fantastico te digo...
Ora aí está mais uma poetisa neste mundo anónimo da blogosfera.
Acredita, se eu fosse um editor à caça de talentos, navegaria por estes lados e tu serias concerteza um alvo a não deixar fugir.
Parabéns
Bjos daqui
Eugénio
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