terça-feira, dezembro 12, 2006

Vórtice












Gemido, rio incontido
Sede de chuva repentina
Obstinada fúria, à nossa revelia
Sóbria como o próprio cortejo
Ansiosa por morder qualquer desejo
Carícias de tacto transparente
Ao sabor de uma súbita corrente

No leito da noite rubra
Arde a volúpia acerada da pele nua
Derrama-se o liquido
O corpo é infinito

Voz opiada
Alma copulada
Sucumbem os corpos em vagas
Adormeço sobre espelhos d' água

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Cópula




















Líquidas as letras
como étereo vinho
na língua nua
Ilharga em flor
que me bebe a cor

Mergulho no sacrário ardente
que na boca concentro
Osculo o lábio morno
Saboreio o carnal contorno

Palavra aberta
Lúbrica sonata

Arrebol de prata
no céu da boca